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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Carioca é chamada de 'gostosa' por PM, responde, e é detida; assista

 
A estudante Anne Melo estava em casa, no Bairro de Fátima, no Centro do Rio, quando o Batalhão de Choque subiu a Avenida Nossa Senhora de Fátima à procura de vândalos que haviam saído de um protesto a cerca de 2 quilômetros dali, na Cinelândia, na noite desta segunda-feira (7).

 Moradores ouviram barulhos de bomba e, se dizendo indignados com a brutalidade policial, foram às ruas para ver o que estava acontecendo; entre eles, estava Anne. No vai e vem de policiais em motocicletas, a jovem de 20 anos diz ter recebido uma cantada. Segundo ela, um dos agentes, na garupa, gritou: "Gostosa". A detenção foi filmada e o vídeo foi postado no YouTube. "Fiquei extremamente revoltada, xinguei bastante", admite ela. 

A revolta da jovem, segundo ela, inflamou os moradores a gritarem ainda mais contra os policiais. "Fiquei até rouca. Eles [PMs] foram extremamente oprimidos. Uns [moradores] chamavam de 'ratos,' de imundos", conta. Neste momento, o tenente identificado por ela como Ávila deu voz de prisão por desacato a autoridade. Procurada pelo G1, a PM informa que a jovem foi conduzida à 12ª DP (Copacabana), onde foi autuada por desacato. Ela assinou um termo circunstanciado e foi liberada em seguida. A PM afirma que problemas de conduta de policiais podem ser informados pelo telefone da Ouvidoria da Polícia, no (21) 3399-1199, pela Corregedoria da PM, no (21) 2332-2341, ou pelo e-mail ouvidoriadapolicia@proderj.rj.gov.br. 

O advogado da OAB André Barros, responsável pela defesa preliminar da jovem, diz que o motivo da detenção doi "descaracterizado". Para ele, a polícia prende muitos manifestantes por desacato e, em muitos casos, provocam a prisão. "Não há desacato porque quando você é ofendido e responde a uma ofensa isso é descaracterizado. Ela não teve a intenção de ferir a honra de ninguém, ela que foi vítima disso [ter a honra ferida]", pondera. Ofendida, Anne tentou prestar queixa. "Pedi para reconhecer o policial, mas não me deram este direito. Na hora, teve uma menina que gritou 'vou com ela [à delegacia], ela não pode ir sozinha'. Mas fecharam a porta da viatura e não deixaram ela me acompanhar. Fui com quatro policiais (homens) na viatura. Eles pediram para eu não falar nada, não falaram nada também e foram sem máscaras até a delegacia", relata. Embora não saiba o nome do policial acusado, ela diz ainda ter esperanças de fazer o reconhecimento. "Tenho uma audiência marcada." 
Veja o vídeo: 



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